A Primeira Revolução Industrial, além de todas as transformações relacionadas ao processo de trabalho e produção, também aumentou o consumo e a dependência de diferentes fontes energéticas para as mais variadas atividades antrópicas que viriam em seguida. Inicialmente, o carvão – tanto vegetal quanto mineral – era a principal fonte energética utilizada no mundo. Posteriormente, outras fontes passaram a compor a matriz energética do planeta, como o petróleo, a eletricidade e a biomassa.
Atualmente, o petróleo, o carvão mineral e o gás natural, também denominados combustíveis fosseis devido à sua formação decorrente da sedimentação e decomposição de matéria orgânica, correspondem às principais fontes energéticas utilizadas no mundo, representando 80% do total. Observe o gráfico da matriz energética mundial:
Matriz Energética Mundial – 2016
Disponível em: http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
No Brasil, a matriz energética também demonstra a elevada importância dos combustíveis fósseis.
Matriz Energética Brasileira – 2017
Disponível em: http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
Essa elevada dependência mundial dos combustíveis fósseis traz diversos desafios para o futuro. Em primeiro lugar, é necessário recordar que se trata de fontes energéticas finitas, pois o seu ciclo de produção envolve longas eras geológicas. Além disso, são fontes que produzem gases de efeito estufa, como o CO2, o que agrava as mudanças climáticas globais e suas consequências futuras. Tais desafios têm resultado em uma maior procura por fontes energéticas mais limpas, e diversos países, como a Alemanha, Suécia, Reino Unido e até mesmo nações reconhecidas pelos altos índices de emissão de poluentes, como a China e os Estados Unidos, têm elevado seus investimentos em busca de fontes alternativas de energia. Atualmente, destacam-se como fontes alternativas e renováveis as hidrelétricas, maremotriz, geotérmica, solar e eólica, das quais as duas últimas são as que possuem maior potencial de crescimento, segundo as previsões atuais.
Nos últimos anos, observou-se o destaque dos investimentos em energia solar e eólica. A previsão para os próximos anos é que essa tendência se mantenha e que os custos desses tipos de energia, ainda elevados, diminuam.
A expectativa é que China, Estados Unidos e países da Europa Ocidental continuem liderando os investimentos em energia renovável. No Brasil, espera-se que os investimentos em energias renováveis também se ampliem. Atualmente, o país já é um dos que mais utilizam fontes renováveis em sua matriz energética, o que se deve, principalmente, à elevada participação das hidrelétricas na geração de eletricidade e no consumo de etanol em automóveis.
Segundo previsões da companhia de petróleo britânica BP , espera-se que 48% da energia do país em 2040 virá de fontes limpas e renováveis – atualmente esse índice é de 42,9%. Também existe a necessidade de o Brasil avançar em relação à eficiência energética. Isso envolve o desenvolvimento de novas tecnologias que utilizam uma quantidade menor de energia, como em automóveis, aparelhos eletrônicos e processos de produção em indústrias e no campo. De toda forma, a expectativa de que o Brasil tornará sua matriz energética menos dependente de combustíveis fósseis cria um cenário positivo no que diz respeito ao futuro da energia mundial. Resta esperar (e cobrar) para saber quais serão os próximos avanços do poder público e da esfera privada nesse aspecto.
* Por Hugo Anselmo, professor do Anglo Vestibulares e do Colégio Anglo São Paulo (Fonte: dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br)